
Parte 2: Muita história em meio à fauna e à flora exuberantes
Cipó abriga campos rupestres, que remontam às comunidades primitivas e a crença nos desenhos
Devido às condições pouco favoráveis de solo e clima, típicas do ecossistema de cerrado, que abrange a parte baixa da Serra, muitas espécies da fauna e da flora tiveram que se adaptar, dando origem aos vários casos de endemismo, no qual uma determinada espécie se desenvolve em uma área determinada.
Já na região mais alta, acima dos 900 metros, são encontrados principalmente os campos rupestres, de elevada diversidade florística. Recobertos por gramíneas, os campos são salpicados aqui e ali por arbustos, que lembram bonsais, se alternando com fragmentos de mata mais densa.
A fauna não é mais modesta. Entre os simpáticos moradores do Parque, estão o tamanduá-mirim, o veado, o macaco, a lontra, o lobo-guará, a capivara e a jaguatirica. Dentre as aves, destacam-se os gaviões, codornas, perdizes, azulões, sabiás, pica-paus, tucanos, pintassilgos e beija-flores, que costumam cruzar desinibidos as trilhas dos turistas.
A história da Serra do Cipó remonta às comunidades primitivas que acreditavam no poder sobrenatural ou mágico dos desenhos e, por isso, nos deixaram lembranças, através das curiosas pinturas rupestres. Para quem quer conferir tal legado dos nossos ancestrais, basta adentrar alguma das cavernas ou lajes da região, que possuem um acervo rico de figuras entalhadas, especialmente no Paredão do Gentio e no Paredão de Santana do Riacho.
Por volta do século XVIII, bandeirantes, tropeiros e escravos atravessavam a Serra à procura de ouro e pedras preciosas. Por ali, transportavam mercadorias e davam sustento à base da mão-de-obra colonial.
Da escravidão resta ainda a trilha percorrida pelos escravos que conduz ao topo da Cachoeira do Véu da Noiva.
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