
Parte 2 As salinas impressionam e provam a força da natureza
Depois de sair de San Antonio de Los Cobres, chegamos às salinas em poucas horas. No caminho, lhamas, alpacas e burros selvagens preenchiam o vazio da paisagem árida.
As salinas, já próximo das fronteiras com o Chile e Bolívia, surpreendem pelo tamanho. Foram formadas pelo soerguimento dos Andes e, com o passar de milhares de anos, as águas confinadas pela cordilheira evaporaram e deixaram um camada de sal de dezenas de metros de profundidade em uma área com aproximadamente 8300 km².
É incrível olhar todo aquele sal e ficar imaginando como deve ter sido o momento em que tudo aquilo subiu, como era antes do soerguimento e como somos insignificantes frente às ações da natureza.
Próximo às bordas, é fácil encontrar artesãos vendendo pequenas esculturas de sal e alguns desenhos de símbolos da Pachamama esculpidos em pedra, cada um prometendo algum tipo de proteção.
À primeira vista, com os rostos cobertos e vestidos com malhas grossas e escuras, lembram-se terroristas. Mas estão apenas se protegendo contra o sol e a desidratação. Óculos escuros e protetores de pele e labiais são necessários para se proteger de toda luz refletida pela superfície do deserto de sal.
Talvez você não perceba na hora, mas após algum tempo exposto à todos aqueles raios refletidos, sem óculos escuros, você vai notar o quanto seus olhos foram agredidos, podendo ficar com alta sensibilidade à luz por um bom tempo, como aconteceu com um de nós.
O chão branco das salinas alcança o horizonte e se funde ao céu azul. Os grandes hexágonos formados pelo rearranjo do sal no chão hipnotizam e, sem conseguir tirar os olhos deles, os primeiros borrões vermelhos começam a se projetar no horizonte, indicando que é hora de fechar os olhos, reacomodar a vista e seguir viagem!
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