
Parte 1: Serra do Cipó, mas podem me chamar de "Jardim do Mundo"
Fonte de inspiração do consagrado paisagista Burle Marx, o Parque Nacional da Serra do Cipó impressiona pelas belezas naturais e pelas diversas opções de esportes de aventura
Apesar de pretensiosa, a alcunha "Jardim do Mundo", concedida pelo consagrado paisagista Burle Marx, que se encantou com as belezas naturais da região, é pra lá de merecida!
Em toda a Serra do Cipó as flores colorem a paisagem com tons diferentes ao longo do ano, fazendo a alegria dos botânicos que usam o parque como laboratório vivo. As sempre-vivas ornam abundantemente os cenários, assim como as bromélias, orquídeas, perpétuas e canelas-de-ema gigantes, que se espalham por todo canto.
A área do Parque Nacional Serra do Cipó, que abrange 338 km², abriga o maior número de plantas por metro quadrado do mundo. São 1.600 espécies catalogadas. Mas alto lá! Nem só de flores vive o Cipó.
Além da grande biodiversidade, o relevo acidentado da região, formado por serras de altitudes que variam entre 650 e 1650 metros, cânions, cavernas, rochas calcárias e de quartzo, cachoeiras, lagoas e inúmeros rios e a mais extraordinária mostra de campos rupestres do Brasil fazem do parque o principal destino ecoturístico das Minas Gerais.
Integrante da Serra do Espinhaço, a Serra do Cipó divide duas importantes bacias hidrográficas brasileiras: a de São Francisco e de Doce, que são responsáveis pela enorme quantidade de água que jorra por todos os lados em tons coca-cola, em cachoeiras que têm o seu volume de água constante durante quase todo o ano.
O parque concentra ainda dezenas de gargantas sinuosas e profundas que abrigam quedas d'água e poços em seu interior, além das nascentes ainda pouco afetadas por atividades humanas, ou seja, de ótima qualidade e com elevada diversidade biológica.
É nesse cenário singular que os visitantes mais entusiasmados repetem os caminhos dos bandeirantes que foram os primeiros colonizadores a desbravar as terras no século XVIII, em busca das riquezas das Gerais, seguindo em direção à Diamantina e Serro.
Em busca de outro tipo de riqueza os expedicionários de hoje se embrenham em longas travessias, escaladas, remadas, pedaladas e cavalgadas rumo às cachoeiras e cavernas mais remotas dentro e no entorno do parque.
Para os aventureiros menos empenhados, que optam por boas doses de sossego e natureza às jornadas mais exigentes, há ótimas opções de cachoeiras de fácil acesso, alcançadas a partir de trilhas tranquilas.
Além disso, com o crescimento do turismo na região, hoje as cidades que fazem limite com o parque, especialmente o distrito Serra do Cipó (antigo Cardeal Mota) exibem uma ampla infraestrutura, que inclui pousadas das mais simples às mais aconchegantes para quem pretende curtir o lugar em família, com crianças, ou à dois.
Para completar o roteiro por ali, é obrigatório reservar um tempo para a degustação da inigualável culinária mineira nos restaurantes caseiros da região e se dedicar a um dedo de prosa com os moradores locais para conhecer alguns dos interessantes causos mineiros.
Comentários
Maravilhosa essa série!
A Serra do Cipó é maravilhosa, já fui lá incontáveis vezes, mas ainda tenho muito o que conhecer.
Algumas fotos de Tabuleiro (Conceição do Mato Dentro): http://www.flickr.com/photos/mandinha_bhz/sets/72157623160294741/