
Parte 3 Do mirante é possível ter aos pés as belezas da região
Depois de três quilômetros de caminhada sem desnível, é possível alcançar uma visão panorâmica da região, rica em dunas e que vista de cima apresenta um "mar" de cerrado preservado
O caminho até o Mirante da Serra foi animadíssimo, enfim tínhamos o céu azul sobre nossas cabeças. A subida ao topo da Serra do Espírito Santo não é muito longa, mas exaustiva, pois é inteiramente feita por meio de degraus formados pelas pedras. Há algumas áreas de descanso para aqueles que não se sentirem à vontade para subir sem fazer alguma parada.
Lá de cima, após mais três quilômetros de caminhada sem desnível, tínhamos uma visão panorâmica do Jalapão. E neste momento a lógica se invertia, à beira da erosão que libera a areia para a formação das dunas, e com vista para estas, vemos o que parece um oásis às avessas.
As dunas aparecem rodeadas por uma gigantesca planícia verde, repleta de charcos que refletem a luz do céu como enormes espelhos. A vista lá do alto é linda, um "mar" de cerrado preservado leva o olhar ao infinito, o vento ajuda a amenizar o calor que o sol a pino traz sem barreiras, já que as árvores baixas não nos dão nenhuma proteção.
Aves podem ser ouvidas e vistas, animais como pequenos lagartos e até uma simpática cobra que fez pose para as fotos, foram vistos e registrados por nossas lentes.
As belezas da paisagem pareciam não acabar, com mais uma leve caminhada de cerca de meia hora avistamos um vale verde e mais vida, mais flores, mais aves. A subida e a vista que ela trouxe valeu cada gota de suor.
Logo após o almoço o tempo fechou de novo e a chuva voltou a reinar. Essa foi uma tarde tranquila, para descansar e refletir sobre toda aquela beleza que nos tinha sido apresentada.
Último dia de nossa expedição, já de malas prontas seguimos para a Prainha da Cachoeira da Velha. "Aqui foi onde Deus descansou", disse-nos nosso guia, fazendo alusão ao filme "Deus é brasileiro", com cenas gravadas naquele local.
O acesso é por uma escada de madeira, a praia é bem pequena, limpa, com mata preservada e águas mornas, realmente um convite para um descanso merecido. Contudo, a infraestrutura não é das melhores, uma vez que os banheiros construídos ao lado do estacionamento foram abandonados e tornaram-se inutilizáveis com os anos de descaso.
Por último, conhecemos a Cachoeira da Velha. A forte queda d’água em forma de ferradura, com aproximadamente 20 metros de desnível, produz um barulho estrondoso e deixa qualquer um impressionado com o volume de água que desce aqueles paredões.
A cachoeira só pode ser admirada a partir de uma passarela construída para esse fim. Apesar da vontade de cair no rio, isso não é possível porque a força da correnteza é realmente muito forte.
Mais uma vez o retorno pra casa foi recheado de boas lembranças, ótimas imagens e a sensação de que vale mesmo a pena descobrir o Brasil.
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